Inclusão em destaque: Professor ensina Língua de Sinais para alunos da EMEF Maria Istela Modenesi
Alunos da Emef Maria Istela Modenesi, em Bairro das Laranjeiras, passaram a adotar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) em seu cotidiano ao longo de 2023. A adesão nasceu por causa do programa “Libras Divertidamente”, implantado pelo professor de Educação Especial Rhayllander Henrique, 28 anos. Ele é especializado em acompanhar estudantes com deficiência auditiva.
Na escola, auxilia a aluna do terceiro ano, Laura de Freitas, que possui grau de surdez e usa aparelho auditivo.
“Ela estava aprendendo Libras comigo pois, pode ser que, no futuro, a perda auditiva se intensifique. Pensei, então, em ampliar para toda a escola, a fim de colaborar numa educação inclusiva. Afinal, se ela iria ter uma ferramenta para facilitar a comunicação comigo, por que não estender aos colegas da sala para que também tivessem facilidade para interagir com ela?, explicou.
Iniciamente, o professor coletou o que a garotada tinha de conhecimento sobre pessoas surdas e língua de sinais. A partir daí, foi trabalhando e eliminando alguns preconceitos. Ninguém era obrigado a participar, mas o gosto por acompanhar o curso do “Tio de Libras”, como ele ficou conhecido, aumentou.
O resultado: 19 turmas do colégio participando, com 475 estudantes do primeiro ao quinto ano. Usando jeito lúdico de ensinar com música e jogos educativos para os alunos menores, ele acabou por influenciar uma mudança que atingiu o cotidiano até fora da escola.
“Há relatos de crianças que interagiram com pessoas surdas no bairro. Também melhorou a comunicação daqueles estudantes que tinham parentes surdos. As famílias foram surpreendidas com o empenho das crianças em aprender Libras. Tanto é que, em reuniões de conselho de classe, passei a ser procurado pelos pais para saber sobre o desempenho dos alunos. Expliquei que Libras não era uma disciplina curricular mas eles encaravam o desenvolvimento dos filhos como encarariam a evolução deles em matérias como Língua Portuguesa e Matemática”, comparou.
“À medida que as crianças vão aprendendo a língua, vão entendendo o outro. Serão adultos mais conscientes no futuro. Hoje, a gente tem dificuldade de lidar com o que foge do comum, carregamos muitos estereótipos. A gente só consegue amar e respeitar, aquilo que se conhece. A Educação tem um papel que faz a diferença nessa construção de uma sociedade mais inclusiva”, avalia.
Vídeo no YouTube
O trabalho do professor virou tema num vídeo que ele disponibilizou no YouTube, feito com apoio da direção da escola. “Como a escola foi muito cooperativa, desde a direção até os professores, o projeto teve tudo pra dar certo”, analisa.
A produção, em formato de minidocumentário, recolheu relatos e entrevistas sobre o projeto. “Raquel de Souza, que é surda, se comunica com Libras e é mãe de uma aluna ouvinte do quinto ano, ficou surpresa com a iniciativa de Henrique.
“Eu lembro que, no passado, havia um grupo de surdos na escola, porém não havia intérprete, não havia nada, e nós sempre tínhamos que oralizar. Mas, hoje, graças a Deus, tem o incentivo do intérprete. Isso é muito melhor e a comunidade se sente mais incluída”, relatou no vídeo, gestualmente. “Me admira ver hoje a inclusão e esse incentivo. E minha filha está sendo inserida. Esse é um momento muito oportuno no ensino”, reforçou.
A pedagoga Maria Cristina Auad destacou o benefício do ensino de Libras para os alunos que se concretizam além da sala de aula. “Este projeto tem uma função importante na nossa comunidade escolar. As crianças conseguem aprender mais uma forma de se comunicar. Elas vão ter essa autonomia para interagir com seus pais, com seus familiares e até mesmo ao encontrarem uma criança surda”, desenvolve.
O vídeo pode ser conferido clicando no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=1ZKNtdlmIu8
Fonte : Prefeitura da Serra
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