Em período de férias escolares aumenta o número de trotes no SAMU 192
Os meses de janeiro, julho e dezembro têm acendido um alerta importante na Secretaria da Saúde (Sesa). O período, referente às férias escolares, é marcado pelo aumento no número de trotes telefônicos ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), em especial nas férias de Verão.
Em 2022, das mais de 600 mil ligações que o serviço recebeu ao longo do ano, mais de 77 mil foram trotes, com uma média de 212 ligações de falsas emergências por dia.
Só em janeiro, julho e dezembro do ano passado as ligações falsas representaram 28,9% dos mais de 77 mil trotes. Ao todo, nesses meses, somam-se 22.432 trotes, uma média de 249 ligações/dia.
Em 2021 os dados foram ainda mais expressivos. Das quase 620 mil ligações recebidas pelo serviço, 103.386 foram de trotes. As ligações em janeiro, julho e dezembro representaram 23,2% do total de trotes recebidos ao longo de todo ano, com 23.989 ligações falsas. Isto é, mais de 260 ligações falsas por dia, só nos três meses.
Para o secretário de Estado da Saúde, Miguel Paulo Duarte Neto, esse período do ano é importante que os pais e responsáveis possam conversar e orientar suas crianças sobre o perigo e os transtornos que uma ligação falsa ao SAMU 192 pode acarretar.
“Peço aos pais que possam conversar e orientar seus filhos, especialmente agora neste momento de férias escolares, para que consigamos diminuir esses dados. Esse período marca também o aumento de trotes que o SAMU 192 recebe. Essas ligações falsas prejudicam bastante a assistência, além de tirar o tempo de atendimento que poderia ser realizado a uma emergência”, orientou o secretário, que também já atuou como diretor geral do SAMU 192, no Estado de Santa Catarina.
Segundo o Ministério da Saúde, os profissionais do SAMU 192 estão aptos a atender as seguintes ocorrências:
– Problemas cardiorrespiratórios (parada cardíaca, parada respiratória, mal súbito);
– Intoxicação exógena e envenenamento (overdose por medicamentos, por drogas ilícitas, ingestão de líquidos tóxicos);
– Queimaduras graves;
– Falta de ar (pessoa não consegue falar uma frase completa, ou lábios e dedos roxos);
– Na ocorrência de maus-tratos (agressão com múltiplas fraturas, espancamentos, estupros com lesões);
– Trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto;
-Tentativas de suicídio em que houve dano à vida;
– Crises hipertensivas com sintomas cardíacos e ou de consciência e dores no peito de aparecimento súbito;
– Quando houver acidentes/traumas com vítimas;
– Afogamentos;
– Choque elétrico com vítimas;
– Acidentes com produtos perigosos (uso de produtos inflamáveis que ocasione queimaduras ou intoxicações);
– Suspeita de Infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e desvio da comissura labial são os sintomas mais comuns);
– Agressão por arma de fogo ou arma branca;
– Soterramento com vítimas, desabamento com vítimas;
– Crises Convulsivas repetidas;
– Engasgos (obstrui de forma que a pessoa não consiga falar, fica cianótica – cor azulada);
– Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso.
Quando não chamar o SAMU 192:
Todas as situações que não se caracterize urgência ou emergência médica e que leve ao uso inadequado do recurso como, por exemplo:
– Febre prolongada;
– Dores crônicas;
– Vômito e diarreia;
– Levar pacientes para consulta médica ou para realizar exames;
– Transporte de óbito;
– Dor de dente;
– Transferência sem regulação médica prévia;
– Trocas de sonda;
– Corte com pouco sangramento;
– Entorses (luxações leves que não demandam socorro imediato);
– Cólicas renais;
– Transportes inter-hospitalares de pacientes de convênio.
Fonte: Governo ES
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