Estudantes da EMEF Antônio Vieira de Rezende vivenciam imersão na cultura nordestina

Estudantes da EMEF Antônio Vieira de Rezende vivenciam imersão na cultura nordestina

Alunos do 6º e do 9º anos da Emef Antônio Vieira de Rezende, em Central Carapina, estão tendo contato com a rica cultura nordestina por meio de teatro, leitura de autores da Região Nordeste, contação de história, roda de literatura de cordel, mostra de cinema e bate-papo coordenado.

As atividades, que movimentam a escola há duas semanas e vão até 11 de agosto, fazem parte do II Seminário Literário e Cultural “Nordestinamos”, organizado pelo professor de Língua Portuguesa Fábio Mota.

Ele explicou que a proposta é trazer toda a potência da literatura e da cultura dessa região do Brasil para as práticas de ensino. As demais turmas da escola são o público-alvo dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos de Mota.

Teatro

A programação teve seu ponto alto com a performance teatral dos estudantes do 9º ano na peça “Livrai-nos”, escrita e dirigida pelo próprio professor. A trama tece os conflitos entre uma família de retirantes e um grupo de cangaceiros.

“É um grande orgulho para mim ver esse texto ser levado ao palco por esses alunos. Havia 10 anos que ele não era encenado. Por meio dessa trama, é colocado a constituição do nordestino na arte, na literatura, na memória, e a gente debate temas como coronelismo, a seca, o cangaço num verdadeiro mosaico do sertão”, explicou.

A apresentação, que lotou o auditório da Emef na última terça-feira (1º), foi acompanhada pela secretária de Educação, Luciana Galdino, pela subsecretária pedagógica, Giovana Nascimento, e pelas coordenações de Estudos Étnico-Raciais e do projeto LiteraSerra.

Leitura

O trabalho de produção de “Livrai-nos” começou com os estudantes entrando em contato com obras literárias de referência. Eles leram “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, “A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água”, de Jorge Amado, e “O Quinze”, de Rachel de Queiroz. Todas as referências dessas leituras se encontram no texto da peça, que conta com elenco de 20 estudantes.

O estudante Paulo Victor Ramos, 14 anos, do 9º ano, sentiu um frio na barriga na sua estreia no palco, mas gostou da experiência. “Passei a ter uma visão maior sobre o que é o Nordeste. Ainda temos aquela ideia de que é uma terra seca, mas é um lugar cheio de muita cultura. O jeito que professor Fábio dá aulas é diferente e muito legal porque envolve a gente e ficamos mais interessados em saber mais sobre cultura e arte”, elogia.

Impressões

A diretora da Emef Antônio Vieira de Rezende, Gisele Gomes, lembrou que a programação também impactou a comunidade do entorno do colégio.

“O Nordestinamos é um aprendizado para todos nós e está em sintonia com o que temos aqui em Central Carapina, onde há muitos moradores do bairro que têm raízes no Nordeste. Muitos alunos têm pais e avós que são de lá e as atividades culturais provocam um reencontro com essas lembranças de suas famílias”, descreve.

Para a subsecretária pedagógica Giovana Nascimento, o evento mostra o poder transformador da leitura.

“O evento de literatura sempre vai mover a escola no sentido de trazer força, identidade, territorialismo. A gente vai se identificando nas nossas referências como pessoa. Além de mostrar a importância desse movimento que o livro provoca, saindo da gente e da gente para os outros. O exemplo do professor Fábio Mota conseguiu movimentar com os alunos dele a questão do engajamento. Os jovens estão envolvidos numa vontade de realmente mostrar o que estavam vivenciando através da literatura”, desenvolveu.

A secretária de Educação, Luciana Galdino, parabenizou os estudantes, o professor e toda a equipe da escola.

“Enfrentamos vários desafios em nosso dia-a-dia mas quando nos deparamos com uma produção dessas, que mobiliza uma escola inteira, nós nos sentimos realizados e sentimos que estamos no caminho certo porque a gente vê que a educação, de fato, vale a pena”, destacou.

Fonte : Prefeitura da Serra