Famílias da capital são contempladas com cestas de alimentos para uma alimentação segura
O que te motiva a levantar da cama todos os dias? Com certeza, os motivos são diversos, mas na manhã desta terça-feira (2), entre as 200 famílias que estiveram na Casa Azul, antiga sede da Unidade de Inclusão Produtiva (UIP), em São Pedro, a resposta foi uma só: recolher a cesta de alimentos entregue pelo Banco de Alimentos Herbert de Souza e voltar para casa a tempo de preparar o almoço.
As famílias beneficiadas nesta entrega foram selecionadas entre as atendidas nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) São Pedro I e II e Centros de Convivência destes territórios atendidos pelas equipes técnicas. Cada família beneficiada recebeu uma cesta de alimentos, contendo 5 kg arroz, 02 kg açúcar, 01 kg farinha de mandioca, 01 kg fubá, 01 feijão, 01 kg sal, 0,5 kg macarrão, 0,2 kg biscoito, 0,4 kg leite em pó, 0,5 linguiça calabresa, 1 óleo de soja e 0,25 kg pó de café, pesando em média 13,75 quilos.
Uma delas foi a de Romildo Campos de Oliveira, de 42 anos. Desempregado há algum tempo, Romildo disse que caso não fosse beneficiado com a cesta nesta manhã não teria, praticamente, quase nada para comer. “Só tinha menos de meio quilo de arroz e um punhado de feijão”, revelou ele. Segurando a cesta, ele disse que estava alegre em poder voltar para casa com uma variedade de produtos. “Na minha casa somos em cinco, sendo três crianças. Uma só tem cinco dias de nascida. Estava faltando tudo mesmo”, falou Romildo, agora já com a voz embargada.
Na casa do gari Wanderley de Lima, 57, a cesta de alimentos seria, também, um “reforço” na alimentação da família (a esposa, uma filha e o neto). Segundo ele, no armário só tinha a “rapa”, já que estava sem trabalhar devido a uma lesão em um dos ombros.
Ao ser questionado se a família corria o risco de passar fome, Wanderley subiu o tom de voz para afirmar, categoricamente: “Passar fome não. Eu ajudo nas feiras, me viro carregando coisas. Aí, faço um sopão com os legumes que recebo. O importante é ter a barriga cheia. Agora, com esta cesta de alimentos vou fazer um mexidão para render para todo mundo”, afirmou ele.
A situação de insegurança alimentar e nutricional entre a família de Isabele Fonseca, 25, mãe de três crianças com idades de 3, 6 e 7 anos, é semelhante. A dona de casa disse que a renda familiar é composta pelo auxílio do governo federal, que é utilizado para custear as despesas com aluguel e gás, e de “bicos” como freelancer como garçonete. “O dinheiro é pouco não sobra para uma boa alimentação, muito menos variar”, comentou ela.
Ao ser perguntada sobre o impacto da cesta de alimentos na vida da família, Isabele contou que as crianças ficam agitadas sempre que ela fala que vai sair para buscá-la. “Elas ficam felizes. Dá para ver a alegria delas correndo pela casa, gritando, perguntando e pedindo”, comentou acrescentando que não via a hora de chegar em casa e preparar o leite em pó para as crianças.
Segurança alimentar e nutricional
Durante a entrega das cestas, o prefeito Lorenzo Pazolini destacou que os alimentos garante segurança alimentar e nutricional e, principalmente, cidadania e respeito a todos os moradores da capital. “A nossa gestão cuida efetivamente de quem mais precisa. Nós já temos o Vix + Cidadania, que garante alimentos, garante gás da cozinha e itens de higiene pessoal. Além disso, já entregamos imóveis para as pessoas que não tinham onde morar. Levamos também toda a linha branca, a televisão, geladeira e fogão. Também estamos reformando o Restaurante Popular. Continuaremos cuidando ainda mais de cada cantinho da cidade, levando alimento, levando carinho, empatia e amor”, concluiu Lorenzo Pazolini.
Segundo a gerente de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas), Roseane Fernandes, as famílias selecionadas são atendidas pelos serviços da Assistência Social. Ela explicou que o primeiro critério para ter acesso a este benefício é a família estar em uma situação de desproteção social, como insuficiência de renda, fragilidade de vínculos, entre outros.
A entrega das cestas de alimentos é voltada para famílias em vulnerabilidade social. A partir da avaliação feita pela equipe psicossocial de cada serviço é mantida uma organização interna de informações objetivas para avaliar as famílias com maior demanda de alimentos, tais como renda familiar, o número de membros da família e se há algum membro do grupo prioritário como idosos, pessoas com deficiência e crianças.
Vale ressaltar que é necessário passar por avaliação técnica e realizar agendamento prévio para a retirada das cestas. Caso a família não esteja cadastrada para receber o benefício, basta procurar o serviço da assistência social que a atende. A demanda será avaliada diante dos critérios da resolução Comasv 16/2017 e a cesta básica poderá ser retirada conforme indicado pelas equipes.
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, a entrega das cestas de alimentos é uma ação direta de combate à fome e garantia do direito humano à alimentação adequada. “O Banco de Alimentos realiza entregas regularmente de cestas de alimentos, seja de compras institucionais, seja de parceiros doadores”, disse ela.
Nessa oportunidade, a entrega foi realizada a partir das doações feitas pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social Sebastião Perovano (Idesp), com apoio do Vitória Futebol Clube e Associação do Ministério Público, garantindo o acesso das famílias aos alimentos.
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