Redução de 75% nos feminicídios em Vitória em 2024 devido a políticas públicas da gestão Pazolini
Vitória registrou uma queda de 75% nos casos de feminicídios no primeiro semestre de 2024. Na primeira metade do ano passado, foram quatro assassinatos de mulheres em razão do gênero. O único registro deste ano foi em junho, depois de cinco meses sem esse tipo de crime na capital.
Os dados são do Observatório de Segurança Pública, mas o desejo e o trabalho da Secretaria de Segurança Urbana da capital é zerar esses delitos. A notícia vai na contramão dos dados estaduais, levando-se em conta que houve um aumento de 5% no semestre se comparado com o mesmo período do ano anterior no Espírito Santo. Então, quais fatores levaram Vitória a se tornar uma cidade mais segura para as mulheres?
“Temos um olhar cuidadoso sobre essa questão pois são ações conjuntas entre as secretarias da Prefeitura de Vitória e demais órgãos competentes, em especial porque esses crimes, em sua maioria, acontecem dentro de casa. É preciso lidar com desafios que antecedem a violência mais grave, que é a retirada da vida”, pontuou Amarílio Boni, secretário de Segurança Urbana.
Entre as diversas iniciativas públicas voltadas para a prevenção da violência contra a mulher e que, consequentemente, contribuem para a diminuição significativa de feminicídios na capital, está o Botão de Pânico da Mulher.
Atualmente, 50 dispositivos estão disponíveis para utilização de mulheres vítima, sendo que metade está em uso. É uma parceria entre o Judiciário e a Prefeitura de Vitória em prol da proteção de mulheres que já solicitaram medida protetiva.
“Quando a vítima aciona o botão, de imediato a Central de Monitoramento da Guarda Civil Municipal de Vitória recebe o alerta. A equipe de patrulhamento mais próxima é enviada com máxima urgência para o local para proteger esta mulher que está em situação de risco”, pontua Dayse Barbosa, comandante da Guarda de Vitória.
O patrulhamento constante também é outra forma da Guarda de Vitória estar próxima de qualquer mulher que precise de ajuda e o atendimento pelo telefone 190, a qualquer hora do dia.
REDES DE APOIO
Mas além do empenho da força de segurança municipal, o enfrentamento aos feminicídios também recai sobre as causas raízes desta violência. Dentro desta sistemática, a Prefeitura de Vitória fortalece as redes de apoio às vítimas e as ações educativas.
Um grande marco da luta contra a violência de gênero foi a criação da Casa Rosa, ponto de acolhimento, apoio psicológico e assistência médica para mulheres e suas famílias. Inaugurada em outubro de 2021, a Casa Rosa atende aproximadamente 290 pessoas por mês. Mais de 7 mil atendimentos foram realizados desde sua abertura.
Outro quesito que não é esquecido pela Prefeitura de Vitória é melhorar a qualidade de vida e independência destas mulheres. Por isso, são oferecidas capacitações profissionais das mulheres, com programas de cursos de empreendedorismo. “Assim elas conquistam independência financeira e melhoram a autoestima”, observa a secretária.
Na capital, as mulheres também contam com o CRAMSV – Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência para promover a educação, formação e reestruturação destas mulheres. Ele fica na Casa do Cidadão, em Maruípe.
Disseminar conhecimento sobre o tema é uma vertente também trabalhada nas ações educativas pela Semcid, por meio do projeto Maria da Penha Vai à Cidade. Por meio de abordagens em espaços públicos, palestras e eventos, as equipes da Subsecretaria da Mulher orientam sobre os tipos de violência (psicológica, financeira, moral e física), onde procurar ajuda, indicando equipamentos como o Cramsv, a Casa Rosa e a Delegacia da Mulher, e canais de denúncia.
Mais de 100 mil pessoas desde janeiro de 2021 já foram alcançadas pela proposta na qual mulheres e homens, de todas as faixas etárias, são alcançados com mensagens educativas pelo fim da violência contra as mulheres.
“Proporcionamos atendimento humanizado, ajudando as vítimas a ressignificarem suas experiências e reconstruírem suas vidas. Também promovemos ações de prevenção à violência, rodas de conversa, palestras e visitas a escolas e unidades de saúde, fortalecendo a rede de apoio”, detalha Flávia Alves, secretária Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid).
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