Escola de Vitória promove debates sobre violência contra a mulher em sala de aula

Escola de Vitória promove debates sobre violência contra a mulher em sala de aula
Emef EMSG

A arte provoca no espectador um olhar crítico e mais atento. Por meio de recursos artísticos, é possível fazer com que as pessoas reflitam sobre o que estão vendo e ainda desafiá-las a compreender melhor e ressignificar o mundo em que vivem.

Por isso, o projeto “A Arte revela questões sociais? Maria da Penha na aula de Arte”, desenvolvido com os estudantes do 8º e 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Edna de Mattos Siqueira Gaudio, em Jesus de Nazareth, promove de modo articulado e efetivo reflexões e diálogos sobre a prevenção da violência contra a mulher.

Primeiro, a professora que coordenou o projeto, Christiane Torloni, propôs que os estudantes fizessem uma pesquisa e análise de charges sobre a temática, publicadas em jornais no ano passado. A ideia era promover uma reflexão sobre as maneiras pelas quais a arte estabelece relações com questões e problemas sociais vivenciados no cotidiano.

“O objetivo do projeto em si é também trabalhar a questão da violência doméstica e familiar contra a mulher de forma preventiva e divulgar conceitos de modo a estimular a sua reflexão para mudança de comportamento através da arte”, disse a professora.

Foto Divulgação
Emef EMSG

Ressignificar

Os estudantes fizeram uma visita virtual à série “Objetos Deslocados” de 2016, da artista Cristiane Reis. Para complementar o trabalho de análise e reflexão, eles fizeram a leitura das leis que tratam sobre a violência contra a mulher.

Todas essas experiências e percepções serão reunidas em um podcast, que está em fase de produção, com participação ativa dos próprios estudantes. Assim que for finalizado, o programa será socializado com as outras turmas e também com as famílias.

Por fim, os estudantes pesquisaram e selecionaram letras de músicas brasileiras que contém versos que falam das mulheres de forma agressiva ou violenta. Eles separaram esses trechos, classificaram as tipologias de violência presentes e depois os reescreveram, eliminando as representações de violência contra a mulher contidas nas canções.

Foto Divulgação
Emef EMSG

Autonomia

“Um ponto significativo durante o processo de desenvolvimento das atividades foi o momento em que os estudantes, com autonomia, começaram a apreciar os trabalhos dos artistas envolvidos no projeto, interpretando e identificando os temas relacionados ao ciclo de violência contra a mulher e propor reflexões e luta para mudança de comportamento através da arte”, destacou a professora.

Reprodução PMV